Branco. Cubro o rosto de branco, o mesmo branco-pálido que me cobriu na aurora em que me seguraste os braços de vida a escorrer. Branco para que te lembres.
Vermelho. Pinto nuances de vermelho na face. Não de paixão, não o vermelho-coração a que estás habituado. Pinto-me de vermelho-carne, reminiscente do que podia ter sido. Vermelho para que não se te olvide a quase-lembrança.
Negro. Rasgos negros no meu rosto reflectem a escuridão que me assombra a alma. Negro para que nunca te esqueças.
Invento-me um novo rosto na esperança que me inunde uma força que não tenho. A força que preciso para manter o que disse em momentos de desespero. Faço-me guerreira para que me vejas e não te olvides. Mas as lágrimas que me correm pelo rosto não têm cor. Olho para o espelho e tudo o que vejo é a tua ausência… Desmaquilho-me no reflexo duplicado da alma. A minha. A tua. Não tenho força nem há maquilhagem que ma dê.
Visto-me de violeta. Amo-te todas as cores da paixão.
Não te olvides nunca.
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