O legado da paz psicadélica
segue-nos através dos quilómetros até casa,
como nuvem que nada arroxeada
abundo em calma confusa honestidade,
cicatrizadas as feridas redescobertas.
Deixo-me abraçar pela utopia,
pertenço aos ecrãs gigantes da alienação
que espalham sementes de cultura,
uno com a razão oculta da natureza
nesta eternidade sem parar para descansar.
Mas a normalidade hipoteca e aflige
enquanto a aniquilação se assemelha
a duas unidades bélicas impenetráveis,
como padres a filosofar sobre infidelidade
apanhados na cabeça de alfinete do mundo exterior.
Agora sabem mais do que deviam
só que pensam que fumo o que sou para
esconder os cortes que humedecem minha pele,
sentem a impotência, o afastamento, o cansaço,
a bola de neve sobre controlo de seringa ao peito.
Temo a ternura desta tranquilidade indiferente,
toda a confiança ficou esborrachada num sonho gelado
pela busca na veracidade da ataraxia de mim mesmo,
já não sou quem era,
fica o testemunho manipulado, o estandarte errado,
de que nunca mais serei o filho que fui.
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