Monday, April 21, 2008

O Caminho de Volta a Casa por João Meirinhos

O legado da paz psicadélica

segue-nos através dos quilómetros até casa,

como nuvem que nada arroxeada

abundo em calma confusa honestidade,

cicatrizadas as feridas redescobertas.

Deixo-me abraçar pela utopia,

pertenço aos ecrãs gigantes da alienação

que espalham sementes de cultura,

uno com a razão oculta da natureza

nesta eternidade sem parar para descansar.


Mas a normalidade hipoteca e aflige

enquanto a aniquilação se assemelha

a duas unidades bélicas impenetráveis,

como padres a filosofar sobre infidelidade

apanhados na cabeça de alfinete do mundo exterior.

Agora sabem mais do que deviam

só que pensam que fumo o que sou para

esconder os cortes que humedecem minha pele,

sentem a impotência, o afastamento, o cansaço,

a bola de neve sobre controlo de seringa ao peito.


Temo a ternura desta tranquilidade indiferente,

toda a confiança ficou esborrachada num sonho gelado

pela busca na veracidade da ataraxia de mim mesmo,

já não sou quem era,

fica o testemunho manipulado, o estandarte errado,

de que nunca mais serei o filho que fui.



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